quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sociedade animalizada

“Ninguém mudaria esse animal que me tornei, me ajude a acreditar que isso não é realmente eu, alguém me ajude a domar esse animal” (Three Days Grace – Animal I have become)




Como disse anteriormente em “Liberdade desplugada” a gama de informações sem nenhum valor cultural que estamos recebendo por instituições mal intencionadas também gera um outro efeito alienador que diminui nossos conceitos sobre nós mesmos e para isso devemos entender um dos efeitos que este mecanismo produz sobre nós.

Gostaria de começar o nosso tema com uma personalidade muito influente e de como suas idéias vem afetando a nossa sociedade, pois é também o ponto inicial e a base do assunto que proponho. Todos nós já ouvimos falar de Charles Darwin e seu livro A origem das espécies ao qual aparece o conceito de seleção natural e sugere que somos uma espécie que evoluiu do macaco que predominou como o predador supremo do planeta Terra.

Acredito que assim que ele, como muitos cientistas, tentaram explicar como o mundo se originou, uma das informações que assimilamos subliminarmente foi a de que os seres humanos, assim como todos os seres vivos, meras casualidades da natureza e nós seriamos os vencedores na corrida pelo topo da cadeia alimentar e assim acreditar que as outras espécies somente existem para nos prover comida e serem exterminadas.

Então podemos dizer que a evolução bateu em um teto e estagnou? Quais são os efeitos negativos que esta idéia difundida em escolas de forma inquestionável que miniminiza e descarta todo e qualquer aprofundamento de autoconsciência e como isso influencia na formação do caráter de nossa sociedade?

Gostaria de expor algumas das conseqüências que o sistema usa para a contribuição da redução e inibição dos nossos conceitos. A exploração dos instintos primitivos existente em nós, e como isso acaba nos limitando a meros animais sem sentimento de perda exceto a mão que os alimenta.

Banalização do sexo

"Uma atriz não é uma máquina, mas eles te tratam como se fosse. Uma máquina de fazer dinheiro". Marilyn Monroe

Um dos pontos principais do nosso atual sistema econômico é tornar tudo em produto, até mesmo a sexualidade que há muito, deixou de ser um assunto tratado a sete chaves. Cada vez mais, cenas picantes estão no ar e a pornografia mais acessível, devido a falta de bom senso dos meios de comunicação.

A idéia de tornar o sexo como produto de venda se tornou um bom sinal e isso também induziu a nossa sociedade a crer que isso seria um seria um sinal de liberdade e assim nos livrarmos dos nossos critérios morais ao libertar desejos induzidos e que acreditamos que são nossos. Colocando assim o senso de castidade e discrição como elementos repressivos de épocas mais remotas.

Não critico a abordagem no assunto, porque contribuiu para a quebra de certos tabus no quesito informativo e educacional, mas por outro lado a competitividade entre emissoras de TV e editoras de revistas que o usa para despertar a sexualidade em crianças e assim fazendo as crescerem e desvalorizem outras pessoas integralmente as vendo apenas como objeto de desejo.

"Ser um símbolo sexual é muita responsabilidade, especialmente quando se está cansada, magoada e vulnerável". Marilyn Monroe

Banalização da violência

A morte de um é uma tragédia, mas a morte de milhões é apenas uma estatística”. (Marilyn Manson)

A questão do crescimento da violência urbana (e, por conseqüência, do alto índice de homicídios) é por demais complexa, pois exige muita reflexão e procura dos elementos que perdemos devido ao fato de sermos aos poucos induzidos à falta de sensibilidade.

Diante do alto índice de mortes, estupros e assaltos apresentados pelos jornais e até mesmo em filmes que de tempos mostra com uma ousadia cada vez maior cenas de mutilação, assassinatos a sangue frio muitas vezes por parte do protagonista e assim induzindo o ser humano a sofrer de uma carência absurda de comoção para com o próximo. O cérebro desvia o ato de se comover a uma desculpa muito comum “são apenas estranhos ou personagens”, conseqüentemente isso reflete ao conceito de família e amigos, pois o cérebro ameniza a dor da perda devido à repetição destes tipos de informações, pois um fato é associado a outro, é tudo uma questão de proximidade e assim o valor da vida humana é relativizado.

Mas seria também inútil à busca de "culpados", de "bodes expiatórios" a quem se pudesse atribuir a responsabilidade por tal situação. Os meios de comunicação e a opinião pública, muitas vezes de maneira superficial e reducionista, atribuem esse crescimento da violência simplesmente a fatores de ordem sociológica (a desumanidade das metrópoles; o choque de valores decorrente da migração urbana; etc.), econômica (o desemprego e a pobreza), ou jurídica (a ineficácia das leis; a ineficiência da polícia; a lentidão do Poder Judiciário e do Ministério Público, por exemplo). Todavia, nenhum destes fatores, isoladamente considerado, pode justificar uma elevação tão grande do índice de homicídios.

Percebe-se também que hoje em dia há um distanciamento maior entre as pessoas, mesmo com todos os aparatos tecnológicos dos quais desfrutamos nos dias de hoje que teoricamente teria como função nos aproximar, mas apenas deixou o mundo menor. Em virtude deste distanciamento do calor humano, muitos de nós regredimos a uma condição isolacionista que acaba por gerar uma intolerância a qualquer tipo de organismo vivo similar a você, redefinindo nossos conceitos sobre o amor ao próximo.

“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos haverá guerra”. (Bob Marley)

Conclusão

Em Política, Arístoteles define as características que o homem necessita para tornar-se humano, uma delas é a de que apesar do homem ser racional, ele age de uma forma diferente do animal, destacando a sua inteligência e comportamento. O homem tem inteligência, consciência e capacidade para analisar seus atos, executar suas tarefas, planejar suas atividades e colocá-las em prática. O homem é um ser surpreendente, sua mudança é constante, seus hábitos, crenças, costumes e culturas; a palavra “razão” é o que predomina em seu vocabulário.

Outras características que nos difere dos animais são a de que nós enterramos os nossos mortos e também sentimos falta de nossos entes queridos, temos apego por pessoas amadas, mas em virtude destes dois fatores citados acima, nossos valores acabam se resumindo em apenas exercermos o ritual fúnebre e a repartição de bens. Passamos a amar mais as coisas do que as pessoas, sendo que isso foge à nossa natureza e gera um desequilíbrio em todos os sentidos, pois não fomos criados para amar obras e sim o nosso próximo e todos os seres vivos como iguais.

Podemos dizer que decaímos muitos níveis em virtude destes elementos apresentados, e que passamos a ser apenas animais civilizados e domesticados, porque nossas preocupações passaram a ser em sobreviver (digo isso devido ao conceito viver também estar quase escasso), procriar, se alimentar, seguir uma lógica sem questionamentos e no fim morrer. Muitas pessoas percebem que isso está acontecendo, mas como você e eu, fazemos parte das grandes massas, somos tratados da mesma forma, somos apenas gado de corte, sugado e descartado pelas grandes empresas.

O ser humano gradativamente está sendo reduzido a um novo tipo de espécie que eu chamaria de “bípedes sem penas” como Aristóteles classificou, devido a perca das características que necessitamos para nos definirmos como seres humanos. Para termos uma idéia disso vou colocar os animais como seres irracionais, por mais que possamos pensar que são seres livres, realizam seus atos movidos pelas suas sensações, pelos apetites e pelo instinto natural, para um fim de que eles mesmos ignoram e cujas conseqüências não conseguem nunca prever. Os animais não visam um conhecimento para o futuro, mas vive a realidade do momento, se expressam de uma maneira natural para a vida.

Diferente dos animais esta nova espécie que vem sendo criada, não realiza seus atos motivados pelas sensações, constantemente somos motivados a seguir a idéia de sobrepujarmos o nosso eu e nos desarraigarmos aos poucos dos nossos instintos naturais e seguirmos uma programação que está sendo implantada e auto-implantada aos poucos em nós e por nós. Quando uso o termo adestrado, significa que não estamos mais visando autoconhecimento, mas apenas seguimos um roteiro que gradativamente nos desliga de nossos “eus” e faz regredir a nossa condição humana para uma nova espécie pseudo-pensante, mas sem ter uma avaliação de si próprio, do mundo que o cerca, sem este entendimento não há o que almejar e fazendo assim a ambição não mais ser necessária e consequentemente descartada.

Com esta mera definição posso dizer que nosso caminho não é diferente para se chegar ao nível deles, com uma diferença, estamos programando o nosso subconsciente de forma consciente a seguir um roteiro pré-definido por um sistema socioeconômico e cultural que foi criado por pensadores boêmios e aristocratas e que vem sofrendo adaptações com o passar dos anos por intermédio dos nossos governantes que também estão adaptados a este pensamento.


Ou podemos também pensar que estas mudanças em nossa sociedade estão acontecendo de forma natural e que estamos migrando para um próximo estágio de evolução ideológica onde todo o organismo vivo também está sofrendo devido a fazer parte deste processo natural. 

Mas também podemos colocar aqui a existência de um pequeno grupo entusiasta pela lei do mais forte, então tenha em mente que o racionalismo cientifico sempre tem sido atrativo para a tirania das elites, porque cria uma justificativa conveniente para tratar seus semelhantes como se fossem animais inferiores.

Que é o que citei acima sobre olhar para outras espécies como algo a apenas prover alimentos e mão de obra. Os mecanismos que são usados para nos manterem distraídos e fazer com que nossos esforços sejam unicamente para nos integrarmos ao sistema e sermos aos poucos a gado.

Essa idéia de corrida pela evolução é levada a sério por este seleto grupo de forma que usem dos artifícios já citados em outros artigos para regredir a sociedade aos poucos. Alguns dos resultados que podemos perceber são a conivência com as condições subumanas maquiadas na qual vivemos hoje em dia ou quando abrimos mão do que é bom ao forçarmos a nossa consciência a se adaptar a um conceito adotado como certo e isto faz com que percamos o senso de nós mesmos e nossa essência humana é estrangulada aos poucos.

Não acredito que a teoria da evolução foi um sucesso, pois ela constantemente vem sendo refutada em termos científicos, mas ela deixou um legado de caráter filosófico onde a lei do mais apto apenas muda de roupagem com o passar dos tempos.

O capitalismo triunfante nos deixa à vontade para liberar nossos instintos racistas, elitistas, macartistas e todo gênero de preconceitos contra tudo e contra todos e, supostamente, a favor de nós mesmos, de nossas boas condições de vida, nossa domesticidade, o carinho de nosso lar e a desconfiança de todos nossos amigos”. Rachel Nunes

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Você é livre?

"As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos." Malcolm X

Você se considera livre? O quanto você valoriza sua liberdade? E se eu lhe contasse que essa liberdade que tanto preza é na verdade uma ilusão? Que esta falsa sensação de ser livre foi algo que o próprio sistema criou para te desviar do caminho e assim inibindo a sua visão?

Como vimos no ensaio “Quero minha visão de volta” percebemos que as massas são manipuladas e condicionadas a aceitar valores impostos através da mídia, religião e ensino que são fatores externos para que nos façam crer que temos autonomia, sendo que na verdade o contrário prevalece, colocando empecilhos em nossa busca pelo aprofundamento da consciência.

Vamos entender melhor como funcionam estes mecanismos retardatários cujo nos aprisionam:

Mídia: Controla, filtra, muda, desvia e acoberta toda a informação, além disso, levanta e derruba presidentes, reis, ministros, governadores, etc. Normalmente se diz que a mídia é o 4° (quarto) poder, mas passou a ser o primeiro exatamente por dominar a opinião pública. 

O quarto poder é uma expressão criada para qualificar, de modo livre, o poder da mídia ou do jornalismo em alusão aos outros três poderes típicos do Estado democrático (Legislativo, Executivo e Judiciário).

Essa expressão refere-se ao poder da mídia quanto a sua capacidade de manipular a opinião pública, a ponto de ditar regras de comportamento e influir nas escolhas dos indivíduos e por fim da própria sociedade.
No Brasil, por exemplo, já é possível perceber que a sociedade, em muitas situações, já confia mais nessa instituição do que nos 03 (três) poderes do Estado.

"Vox populi, vox Dei" ("A voz do povo é a voz de Deus")

Entretenimento: Composta por formadores de opinião, como atores, cantores, atletas de renome e personagens fictícios, etc. Geralmente são capazes de influenciar uma massa de pessoas a concordarem com uma determinada conduta, seja ela de consumo, ideologia ou valores.

Geralmente quando uma determinada marca de roupa é usada por um atleta, a imagem do atleta esta sendo associada à marca e usada como formadora de opinião para que outras pessoas passem a usar aquela marca ou ao nos depararmos com certos tipos de comportamento ou linguajar vulgares que julgamos “cool” ao vermos uma determinada celebridade utilizar.

Não é por acaso que hoje vemos uma enorme massificação de imbecilidade, no qual é considerado como algo bom.

Mensagem subliminar: é a definição usada para o tipo de mensagem que não pode ser captada diretamente pelos sentidos humanos. Subliminar é tudo aquilo que está abaixo do limiar, a menor sensação detectável conscientemente. Importante destacar que existem mensagens que estão abaixo da capacidade de detecção humana - essas mensagens são imperceptíveis, não devendo ser consideradas como subliminares. Toda mensagem subliminar pode ser dividida em duas características básicas, o seu grau de percepção e de persuasão.
A percepção subliminar é a capacidade do ser humano de captar de forma inconsciente mensagens ou estímulos fracos demais para provocar uma resposta consciente. Segundo a hipótese, o subconsciente é capaz de perceber, interpretar e guardar uma quantidade muito maior de dados que o consciente. Como exemplo, imagens que possuem um tempo de exposição pequeno demais para serem percebidas conscientemente, ou sons baixos demais para serem claramente identificados. Dados que passariam despercebidos pela mente consciente seriam na verdade interpretados e guardados.

A persuasão subliminar seria a capacidade que uma mensagem teria de influenciar o receptor. Segundo a hipótese, toda mensagem subliminar tem um determinado grau de persuasão, e pode vir a influenciar tanto as vontades de uma forma imediata (fazendo, por exemplo, uma pessoa sentir vontade de beber ou comer algo), como até mesmo a personalidade ou gostos pessoais de alguém a longo prazo (mudando o seu comportamento, transformando uma pessoa tímida em extrovertida). Esse grau de persuasão deveria variar de acordo com o tempo de exposição à mensagem, e a personalidade do receptor.

“Porque influenciar uma pessoa é emprestar-lhe a nossa alma. Essa pessoa deixa de Ter idéias próprias, de vibrar com suas paixões naturais. As suas qualidades não são verdadeiras. Os seus pecados, se é que existe o que se chama pecado, vêm-lhe de outrem. Essa pessoa torna-se o eco da música de outra pessoa, intérprete de um papel que não foi escrito por ela”. (Lord Henry Wotton)

Ensino: Acredito que aqui não há a necessidade de analisarmos tão profundamente o quão péssima é a qualidade do nosso ensino, onde dificilmente nos orienta a construir uma análise critica sobre o mundo. Mesmo institutos de ensino particular vêm decaindo de forma gradativa a cada geração que passa.

O que as pessoas costumam usar como forma de argumento é de que não corremos atrás de conhecimento, parcialmente é verdade, mas também há de refletirmos que o nível de desmotivação por ambas as partes, professor e aluno, cooperam para que formemos cada vez mais pessoas robotizadas, manipuláveis e mentalmente preguiçosas.

Digo isso porque alunos têm o senso da rebeldia somado a influência da TV (pois sempre o personagem principal não gosta de estudar) e professores que não tem preparação ou ânimo em virtude do baixo salário e assim não elaboram atividades mais complexas exatamente por não haver mais reprovação nas instituições publicas. Sendo assim o senso de desafio se dissipa.

“Mas há uma razão, uma boa razão para isso, e a razão que a educação é uma porcaria é a mesma para que ela nunca seja consertada. Ela nunca vai melhorar, não olhe pra frente, se contente com aquilo que você tem”. (George Carlin)

Religião: Em virtude da banalização das leis divinas pelos citados acima, a desorientação das pessoas cresceram e muito das ultimas décadas para cá, em virtude de certas instituições agregarem dogmas e rituais que contradizem a palavra, causando desinteresse e divisão por toda e qualquer denominação monoteísta. Por exemplo, quantos de nós de fato ouvimos o que a Bíblia, Torah ou Alcorão nos dizem? Infelizmente, algumas instituições buscam a palavra do homem ao invés da escrituras, e geralmente são palavras ou hábitos que contradizem com o que está escrito, podemos perceber como o número de sacerdotes que se santifica vem crescendo nestes últimos tempos.

E assim estereotipando cristãos, mulçumanos e judeus, como tradições cegas e fanáticas por pessoas mal orientadas ou mal intencionadas, criando assim uma idéia onde associemos estas instituições como detentores da palavra de um Deus limitador para o espírito, a carne e a mente devido as restrições que cada um exige, nos fazendo entender que isto seria um cabresto. Logo fazendo com que as pessoas busquem uma forma não conveniente para alimentar a sua ânsia por conforto espiritual, como por exemplo, o esoterismo, religiões politeístas e religiões da nova era, magia negra ou branca, consulta aos mortos, etc. Vivemos numa época em que pessoas querem misturar o conteúdo de muitas fés místicas no caldeirão da sua própria religião pseudo-cristã.

Essa grande busca pelo misticismo doutrinário vem desvirtuando mais e mais as grandes massas que estão acomodadas a um estilo de vida sem propósitos e mesmo assim temem ler as escrituras por medo do que possam encontrar e descobrir que toda a sua a vida é uma grande fábula dada pelo sistema. Uma das maiores ironias que sempre ouço é de que todas estas escrituras foram trabalhos do homem, porém estes tipos de pessoas carentes de entendimento recorrem à "Best-Sellers como o Código Da Vinci, A Cabana, O ultimo templário e entre outros como teorias válidas.

Hoje em dia vejo pessoas arrumando formulas miraculosas e confortáveis de salvação, mas somente o único verdadeiro e vivo Deus/Alláh deve receber louvor. Sim, há outros poderes espirituais, mas esses poderes levam ao desespero, morte e destruição.

Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? Isaías 8:19

Mercado de trabalho: Outra ferramenta que inibe a nossa visão e nos subjuga por intermédio do medo de passarmos fome, desconforto, simplesmente por estarmos atrelados a dividas, resumindo melhor, perdermos o nosso direito das necessidades básicas. Infelizmente crescemos sob uma cultura colonialista e desumana onde o individuo é submisso de forma inquestionável ao seu chefe e também nos submetermos à lei da selva: Matar ou morrer, acabando por si só com o conceito de amor ao próximo por ambas as partes, devido ao estimulo a competitividade e a disputa por um cargo melhor.

“Eles não querem pessoas espertas ao ponto de sentar ao redor do balcão de uma cozinha e não pensarem o quanto isso é ruim e como eles não davam a mínima por um assistente numa lanchonete 30 anos atrás. Sabem o que eles querem? Trabalhadores obedientes. Pessoas que são espertas apenas para controlar uma máquina e anotar um pedido e burras para aceitar todas as porcarias aumentando como salários baixos, aumento na jornada, redução de benefícios, horas extras não remuneradas e o desaparecimento da seguridade quando você retirá-la”.  (George Carlin)

Claro que algumas pessoas podem se ofender ao lerem esta parte por estar em conformidade com esta filosofia esdrúxula do capitalismo. Mas encare os fatos e pense no que você acabou se tornando ao trabalhar de domingo a domingo, se desfazer do conceito do que é família, um divórcio ou pior seu dinheiro investido em um curso que lhe renda um emprego de acordo com as tendências e não aquilo que você de fato gosta, sem mencionar se pode dar certo ou não.

Vai me dizer que você nunca pensou em ser um ator, cantor, historiador, teólogo, filósofo, jornalista, médico e por ai vai? Mas não se frustre, pois o problema não é você, mas sim aqueles que elitizaram estas formações para um grupo seleto auto-sustentável do qual não fazemos parte.

Conclusão (por enquanto)

Agora acredito que você percebeu mais a fundo como estes mecanismos operam em nossa vida e nos iludem com artifícios que retardam o nosso intelecto e o que está a nossa volta, quando disse no começo que o sistema nos faz crer que apenas joguetes nas mãos de Deus/Allah ou Lúcifer/Shaitan, e pra qual plano sabe-se lá o que, mas depois de refletir muito, observar as pessoas, cheguei a uma conclusão. Não há manipulação por parte de Deus, por isso temos o livre arbítrio de escolher se devemos segui-lo, a única coisa que de fato Ele pede é obediência, mas qual pai que não exige isso? A obediência consiste exatamente para não sermos manipulados por paixões terrenas e influências externas e sermos prisioneiros de nossa própria mente.

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigo” (Jo. 15: 15)

Nesse caso também existe um propósito para isso, nesse caso só Deus/Allah sabe, mas eu posso especular para não te deixar com uma idéia vaga, o que é o ser humano sem regras de moral e boa conduta? É só observarmos as atrocidades que aconteceram ao longo da história e estão acontecendo neste exato momento.

Sempre existirão pessoas mais esclarecidas e que são ridicularizadas por terem idéias diferentes e claro que desagrada o sistema, em menor parte das vezes são até admiradas, mas não causam inspiração suficiente para serem seguidas devido ao medo de tentarmos sermos nós mesmos.

Podemos concluir que o ser humano foi reduzido a uma mera fonte receptora de informações implantadas de forma mal intencionada por eles e que faz parecer que não temos escolhas senão aquelas que o sistema nos limitou, mas não se desespere. Cada uma dessas escolhas deve ser encarada como um caminho a ser seguido. A sua individualidade mora na idéia de abrir mais caminhos para poder seguir e entender a sua complexidade. Onde há liberdade, há escolha. Qual a sua?

Hoje cada qual tem medo de si próprio; esquece o maior dos deveres: o dever que tem consigo mesmo.